quinta-feira, 29 de março de 2012

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio VIII

Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega relatam como chegaram à Acrelândia-AC!!!



Acordamos repletos de ansiedade e esperança. Hoje conheceríamos mais um município acreano, Acrelândia-AC, quem nos levou à essa cidade foi um policial civil conhecido no dia anterior durante viagem para Brasiléia.
A janela do ônibus revelava uma paisagem muito semelhante com a da rodovia BR 317, para não dizer idêntica. Nas margens das rodovias BR 364 e AC 475 - conhecida popularmente por AC 401 - observamos as marcas da exploração econômica que tem como base a agricultura familiar e a exploração madeireira.
Ao desembarcar  procuramos a prefeitura. Na recepção somos atendidos por um simpático funcionário:
- Bom dia!
- Bom dia! Por favor, o prefeito está?
- Não. Ele foi para Rio Branco-AC.
Eu e Maria Galega trocamos olhares e pensamos: viagem perdida!
- Mas ele estará de volta amanhã.
O funcionário curioso pela nossa presença inicia a especulação:
- De onde vocês são? O que vocês vieram fazer?
Após respondermos todas as perguntas e curiosidades com paciência e muito bom humor, o nosso recente amigo disponibilizou-se e não permitiu-nos negar a oferta de apresentar a sede do município.

Acrelândia. Foto: Acrelândia em foco

Durante o passeio pelo centro da cidade, éramos apresentados para os transeuntes e demais interessados que encontrávamos pelo caminho. Fez questão de almoçar conosco e não permitiu que pagássemos a conta e declarou:
- A sobremesa será com um legítimo açaí preparado na hora. O famoso açaí do Chicão!!!
Realmente açaí de excelente qualidade e preparado na hora.  Vim provar açaí tão bom como este, muito tempo depois, em Feijó-AC e Envira-AM.
Enquanto deliciávamos saboreando o vinho energético servido por Chicão. Aproxima-se o funcionário da prefeitura e comenta baixinho suficiente apenas para os meus ouvidos:
- O prefeito é da "terra" de vocês e tenho certeza que conseguirá algo para o casal.
Fiquei sem resposta, agradeci o comentário discretamente e puxei assunto sobre a origem do açaí.
No início ficamos surpresos com tamanha atenção, disponibilidade e gentileza para conosco. No fim do dia já hospedado vivíamos uma enorme sensação de que o nosso futuro seria construído nesta cidade o que nos fez demorar a dormir, pois ficamos fazendo vários planos...
Acordara com a sinfonia dos galos e pássaros no quintal, feixes de luzes invadiam o cômodo de madeira e revelava diversas partículas suspensas no ar. Aproximei-me de Maria Galega e a despertei com muxoxos e cochichos ao pé do ouvido. Após acordarmos definitivamente, refrescarmos e acalmarmos nossos ânimos com uma chuveirada tipicamente acreana, isto é, banho frio!!! Naquele dia o calor seria intenso, logo de manhã já estava ardente.
No caminho para a prefeitura fomos abordados por um senhor que nos convidou para uma conversa, mas como estávamos ansiosos combinamos que voltaríamos logo depois.
Na prefeitura estava nosso amigo nos aguardando na entrada da prefeitura.
- Bom dia casal!
- Bom dia!
- O prefeito está no gabinete e atenderá vocês daqui a pouco.
- Querem café?
- Queremos. Obrigado!
O nervosismo aumentava a cada segundo. Tomei três copinhos de café, até que aparece o nosso amigo.
- Venham por aqui. O prefeito está esperando por vocês.
Fomos apresentados ao prefeito que nos convidou para sentar e perguntou:
- O que trouxeram dois jovens para o Acre?
Empolgados contamos nossa história com detalhes das aventuras vividas até o momento e relatamos os nossos objetivos profissionais. O prefeito, que estava admirado com a narração, esperou que contássemos toda a história e após realizar várias perguntas nos diz:
- Infelizmente esse ano é eleitoral e não posso contratar mais ninguém, mas se for reeleito podem voltar que terá emprego para os dois.
Foi o mesmo que jogar um balde de água fria. Levantamos, despedimos, agradecemos pela atenção e seguimos frustrados para o hotel.  Então nos lembramos do senhor que queria falar conosco.
Ao chegar ao local onde estava o senhor que nos abordou a pouco, fomos novamente especulados e ao revelarmos a nossa área de atuação surge a proposta:
- Trabalhamos com extração madeireira. Agora precisamos de um profissional para realizar o relatório de impacto ambiental - RIMA e que possa assinar a documentação.
Olhamos-nos com desconfiança sobre a legalidade da ação. Dissemos que estávamos de passagem e se viéssemos morar na cidade iríamos procurá-lo.
No retorno para Rio Branco, tanto eu como Maria Galega permanecemos a maior parte do percurso em silêncio, apenas observando a paisagem e admirando o pôr-do-sol. Antes que pegássemos no sono disse:
- A nossa última tentativa no Acre será o concurso municipal de Brasiléia. Caso não dê certo partiremos para Porto Velho-RO.
Maria Galega simplesmente movimentou a cabeça como sinal de concordância e voltou os olhos para a paisagem. Enquanto eu me acomodei na poltrona para adormecer.



Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega

Nenhum comentário:

Postar um comentário