domingo, 20 de maio de 2012

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XI


Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega relatam como foram parar na pousada Orquídea Negra...


Maria Galega diz baixinho no meu ouvido:
- Vamos para o quarto, mas antes vou levar a farofa para eles na calçada.
Já no quarto:
- Então, me diga?!!!
- O que me chamou a atenção foi o nome da pousada "Orquídea Negra". Já estava exausta por andar com toda a bagagem e  na calçada em frente haviam 3  homens fazendo churrasco e bebendo cervejas. Só pensava em tomar um banho e descansar. Entrei direto na pousada sem olhar para os lados. Deparando-me com a recepção vazia, ambiente sujo, cheirando mofo e pouco escuro. Em seguida entra um dos homens que estava na calçada para me atender. Um gigante com mais de 2m de altura, traços do rosto e pele indígenas, barba por fazer, gordo, cheirando cerveja e suor.
- Tem quarto vago?
- Sim, todos!
- Quanto custa a diária?
- Com chuveiro quente e ventilador R$ 20,00.
- Ótimo! Quero um de casal. O meu esposo está chegando de Rio Branco no ônibus da noite.
- Aqui está a chave. É o primeiro à direita. Você só precisa preencher esta ficha. 
- Obrigada.
Após estar acomodada no quarto batem na porta. Era o Gigante para oferecer o ferro de passar roupa.
- Aqui está o ferro de passar, pois os lençóis não são lavados com frequência e o ferro ajuda a matar os germes.
- Ah?! Obrigada...
Maria Galega começou a olhar a cama, os lençóis e sentindo a sensação de nojo aumentar. Respirou fundo, engoliu seco pegando a toalha de banho que, pelo tamanho parecia toalha de rosto, passou com ferro na temperatura máxima e foi tomar banho. Durante o banho descobriu que o ralo estava entupido, por isso o banho foi a prestação, ligava e desligava o chuveiro várias vezes para diminuir o volume de água no chão do banheiro.
Logo após o banho chamou o Gigante para ver se desentupia ou trocava de quarto. Com o auxílio de ferros e desentupidor de pia conseguiu fazer a água começar a escorrer.
Então o Gigante saiu e Maria Galega iniciou o seu descanso deitando-se na cama e ligando o aparelho de TV.
Foi neste momento que Maria Galega percebeu que os três homens  estavam falando e rindo mais alto do que o normal, efeito das cervejas, davam risadas, gargalhadas, entravam e saiam da pousada frequentemente. O medo começou a tomar conta de Maria Galega, pois estava sozinha na pousada.
Bateram na porta novamente, o medo aumenta. E agora, o que fazer? Maria Galega olhou para janela, mas tinha uma grade. Então como não tem outra saída, abriu a porta e o Gigante a convida para participar do churrasco. Maria Galega pensou que não poderia recusar, se estivessem com más intenções não seria a frágil porta que iria impedir.  Começaram a especular sobre o Zé Carocinho, quando chegava? De onde vinha? Entre uma pergunta e outra serviam-lhe cerveja. Para evitar o efeito das cervejas, Maria Galega passou a fingir que bebia, com isso o seu copo já não era abastecido com tanta rapidez.
Após meia hora aproximadamente, o Gigante diz a todos:
- Vamos para a rodoviária ver que horas chega o Zé Carocinho.
Os três homens embarcaram no gol ano 80 sem vidros nas portas. O Gigante olha para Maria Galega e diz:
- Você vai na frente.
Maria Galega sem saber o que fazer, olhou para os lados  não viu ninguém e acabou embarcando no automóvel. Imaginem os pensamentos de Maria Galega neste momento...
Ao chegar à rodoviária descobriram que o ônibus estava atrasado mais de uma hora. Com essa informação, Gigante decidiu voltar à pousada e continuar o churrasco. Essa viagem se deu mais duas vezes e nada do ônibus chegar. Gigante a reconhecer um amigo solicitou que levasse Zé Carocinho à sua pousada, pois era um hóspede especial.
Ao voltarem para a pousada, Gigante pergunta à Maria Galega:
- Você sabe cozinhar?
- Sei o básico.
Modéstia de Maria Galega.
- Poderia fazer uma farofa pra gente?
- Sim.
- A cozinha fica no fim do corredor.
Quando Maria Galega chegou à cozinha quase voltou correndo por causa do estado que se encontrava o  fogão, as panelas todas pretas de sujeira e gordura, além dos pacotes de cimento e materiais de construção pelo chão e amontoados nos cantos. Após selecionar uma frigideira e verificar os ingredientes disponíveis (cebola, alho, salsicha e farinha de macaxeira, conhecida na região como farinha d'água) começou o preparo da farofa. Maria Galega enrolou o máximo para dar tempo de Zé Carocinho chegar. Realmente cheguei no exato instante que desligara o fogão.
Logo após Maria Galega me contar os acontecimentos, Gigante com a boca envolvida por grãos de farofa bate em nossa porta.
- Venham. Vocês vão comer conosco!
Contou-me tudo que tinha se passado desde a chegada de Maria Galega até a minha. Rimos à farta, já estávamos mais a vontade e percebemos que todos eram do bem. De repente o Gigante entra na pousada e minutos depois sai com um exemplar de "DO ESPIRITO DAS LEIS" de MONTESQUIEU debaixo do braço. Ao adimitir a importância da Democracia, contar sobre suas militâncias, sobre sua aproximidade com o governador da época e que era amigo do prefeito. Propôs-nos apresentar, naquele  instante, o prefeito. Pois fora convidado para uma festa que estava acontecendo na casa do prefeito.
Eu e Maria Galega trocamos olhares, dissemos que estávamos muito cansados e que já iríamos dormir. Deixasse a apresentação para amanhã.
Despedimos de todos e fomos para o quarto.
- Que dia!!!
- Ufa! Que bom que acabou.
- Olha, descanse bem Maria Galega, que amanhã você conhecerá o prefeito.
Após risos desmaiamos na cama.


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega




2 comentários:

  1. Rafael Nóbrega (Rafa Google)20 maio, 2012 22:56

    Essa eu ouvi ao vivo!!! KKKKKKKK... Abrações pra vocês!

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    1. Essa e algumas outras... Logo, logo tem mais!!! Abraços ao super casal...

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